
A confiança precisa da incerteza
Ao longo da vida, vamos construindo histórias de desamor e de falta de confiança, muitas vezes baseadas em pequenas experiências na infância ou na adolescência, seja em função de uma educação parental...
Diana .
Cabelo comprido, curto, apanhado ou esticado, maquilhada ou ao natural, com batom ou sem ele, de unhas pintadas ou sem verniz, de saltos altos, rasos ou de sapatilhas; desportiva, clássica, natural, nenhum dos estilos ou todos juntos em diferentes alturas do dia, mês ou ano; casada, solteira ou divorciada, com um filho, meia dúzia ou sem nenhum. Sempre sobre algum tipo de pressão: para ser mãe, trabalhadora, estudante, para construir uma carreira, com uma agenda de ministério com tempo para tudo e todos: fazer, cuidar, evoluir, aprender, estar e ser Mulher. Tanto numa só! E a verdade, é que é tão complexo, duro e bonito em simultâneo. Reguladas por um ciclo, preparadas todos os meses para engravidar, com hormonas que trazem diferentes necessidades ao longo do mês - do descanso à adrenalina, da calmaria à revolução, do desconforto à necessidade de recolhimento - a mudança é uma constante. De mês a mês, construímos anos onde nos perdemos e encontramos em tantos papéis e necessidades. Capazes de gerar vida e com a oportunidade de escolher não gerar nenhuma: que privilégio embrulhado num relógio biológico que não pára de fazer tia-tac! Ouvimos a biologia, o coração ou a razão? Às vezes não sabemos e por isso nos perdemos. Conciliar várias frentes com desafios diametralmente opostos, entre a casa, os filhos caso os haja, o trabalho e o resto do mundo. Hoje conhecedoras de outras forças e outros mundos, mas ainda com tanto caminho a percorrer. Algumas presas dentro de si, outras presas e rendidas a vários conceitos sociais de certo e errado, de bonito ou feio. E a beleza? A eterna lupa feminina. Muito nova, muito madura, flácida, pesada ou leve, com as medidas certas, cheia de rugas ou sem rugas nenhumas. Mas tem saúde? Talvez a única questão com pressão importante. De preferência esticadinha, apresentável e sempre a rigor. A necessidade de arranjo é constante: da face, às unhas, ao corpo terminando ou começando pelo cabelo. Deveria ser uma opção mas parece que passou a ser uma obrigação. A era da obrigação para a beleza. Obrigação essa, numa Mulher que quer ser muito mais, que quer mostrar que não é a aparência que a define mas que continua vinculada por ela. Afinal, não se é Mulher pela cor do verniz ou pela ondulação do cabelo, ou é? Não se é Mulher por se ter muitos filhos, poucos ou nenhum, ou é? Não se é Mulher pela quantidade de trabalho nem pela qualidade dos produtos de limpeza, ou é? Não se é Mulher pela apresentação com que se escolhe viver no mundo ou pelas escolhas que vamos fazendo, ou é? Não se é Mulher pela profissão ou carreira que se escolhe, ou é?
É-se Mulher quando se vive em liberdade para o ser da forma que melhor nos apetecer, sendo que apetecer é um verbo transitivo que significa fazer sentir vontade, sendo que o que hoje nos faz sentido, amanhã pode não o fazer. Ser Mulher também é aprender como se quer viver.
Que este mês, onde celebramos a nossa força, te questiones, Mulher, sobre as tuas vontades, necessidades, a que regras estás a obedecer e que questiones o que te vendem sobre a forma como tens de estar no mundo. Que o teu sentido de estética seja moldado pela tua liberdade e as tuas necessidades pelo que vive no teu coração com ou sem a razão do mundo que vive à tua volta.
Diana
Ao longo da vida, vamos construindo histórias de desamor e de falta de confiança, muitas vezes baseadas em pequenas experiências na infância ou na adolescência, seja em função de uma educação parental...
Se olharmos ao longo do tempo vamos perceber que a nossa relação com o tempo talvez nunca tenha sido a mais saudável do ponto de vista mental e emocional. Oscilamos mais entre o que foi e o que será...
Todos temos problemas, TODOS, embora nos pareça quase sempre que os problemas dos outros sejam mais pequenos do que os nossos! Sentimo-nos muitas vezes engolidos, sem energia, sem saber bem o que faz...