Se a vida passa a correr isso significa que a podes estar a perder...
Queremos tanto que alguns dias passem rápido para deixarmos de sofrer, para virmos a viver aquela experiência tão sonhada, ou para conseguirmos descansar, que nos esquecemos que quanto mais depressa queremos que passem os dias e o tempo, mais rápido se esgota a nossa experiência de vida.
Não vivemos conscientes que se o tempo passa depressa, isso significa que as experiências se esgotam, o envelhecimento avança e que estaremos a perder os dias que temos para aproveitar, às vezes, sem dó nem piedade. Vivemos hoje atormentados com o que pode vir a acontecer, ansiosos pelo que vai aparecer, expectantes com o que vem, ou presos lá trás ao que já aconteceu há tanto tempo.
Se, por outro lado, vivermos um dia de cada vez, com o seu tempo, com o seu vazio ou ações, com presença e consciência, com a intenção de aproveitar cada dia sem a pressa e com um sentido, estou certa que deixaremos de sentir que o tempo passa tão rápido e a correr. Na verdade, não é o tempo que voa, mas nós que o colocamos a voar nesta forma de viver sempre fora do seu tempo. Estamos sempre lá à frente, ou quase sempre lá atrás, na espera que o que vem nos dê um sentido à vida que se perde até lá chegar. E o que é mais engraçado, é que esse lá à frente até chega um dia, mas esgota-se tão rápido que procuramos logo a seguir, outro momento, também ele lá à frente, que nos faça preencher o dia de hoje, sem assuntos e vivências presentes.
Se queres viver com paciência e calma desafia-te apenas a viver um dia de cada vez, sem pressa, sem ontem nem amanhã, sem aquela ansiedade que não te faz sentir bem em dia nenhum. Se queres uma vida com tempo precisas de aprender a senti-lo a cada momento, e não estar à espera ou preso no que foi ou no que vem.
Como te queres sentir hoje? O que tens para resolver hoje? O que podes fazer para viveres com consciência, calma, paciência, a saborear o que há e o que tens em função do teu bem-estar, de uma vida harmoniosa e com sentido? E sim, claro, podes pensar no passado e no futuro, mas não o transformando porém, no alimento mental constante que te faz desligar do dia de hoje, de onde estás, de com quem estás e do que podes viver e transformar, hoje.
Diana